Notícias: Sugestão de pauta

Maria Emilia Staczuk para Swell Construções e Incorporações


Antiga região de chácaras, Bigorrilho vira reduto de condomínios de alto padrão

 É Bigorrilho ou Champagnat? A polêmica persiste e existem defensores para cada lado. Mas, no começo do bairro, que se transformou em região nobre e hoje abriga edifícios de alto padrão e de luxo em Curitiba, não valia nem um, nem outro. Os registros históricos revelam que o local se chamava Bigurrilho, em referência a um ribeirão que existia na região. No final do século XIX, a área recebeu imigrantes alemães, poloneses e ucranianos, entretanto, as primeiras transformações aconteceram em 1920, com o loteamento de grandes áreas.

O destaque foi a Planta Schimmelpfeng, que é o considerado o empreendimento a partir do qual se iniciou a expansão da região. O núcleo era formado por habitações e comércio de pequeno porte e convivia com chácaras de produção leiteira para as áreas próximas. Ainda segundo registro do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), o termo Champagnat aparece apenas na década de 60, com a Planta Jardim Champagnat, que resultou na venda de parte da Gleba Marista, no antigo Mercês. No fim do século XX, o local passou por um processo de verticalização e urbanização.

Hoje, o bairro é um dos principais redutos em Curitiba para apartamentos com preço acima de R$ 700 mil. Segundo dados da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR), o preço do metro quadrado privativo dos imóveis novos na região do Bigorrilho, ou Champagnat, é maior do que a média na cidade, e no ano passado fechou em R$ 8.273,00. Nos últimos dois anos, o valor dos apartamentos lançados na região foi corrigido em 17%.

Entretanto, os lançamentos têm ficado mais escassos ao longo do tempo, ainda conforme os dados da entidade de classe que representa as construtoras e incorporadoras no Paraná. Em 2011, foram lançados cinco empreendimentos e 495 unidades. Em 2012, oito condomínios, num total de 307 apartamentos. Em 2013, o bairro recebeu apenas um lançamento, com 14 unidades. Em 2014, não houve lançamentos na região e em 2015, somente dois edifícios novos foram colocados à venda no Bigorrilho, totalizando 16 apartamentos.

Além do atual cenário econômico, que fez com que construtoras e incorporadoras segurassem os lançamentos, a retração da oferta se dá em função das características geográficas do próprio bairro, como explica o diretor de empreendimentos da Swell Construções e Incorporações, Leonardo Pissetti. “É difícil encontrar áreas vazias ou casas antigas disponíveis para a venda nessa área. Por ser um bairro bem estruturado em comércio, serviços, transportes, parques, shopping e entretenimento, ele tem grande procura e o que se constrói é rapidamente comercializado”, argumenta.

O empresário cita como exemplo o Ucrânia Champagnat Residence, edifício de alto padrão com 22 apartamentos com área privativa de 136 a 145 m², além de coberturas e Gardens (apartamentos térreos com terraço privativo), em frente à Praça da Ucrânia, entregue no fim do ano passado. “As vendas foram muito rápidas. Comercializamos 80% das unidades do condomínio com apenas seis meses de obra executada”, revela Pissetti. Atualmente, existem somente três apartamentos à venda no edifício, todos com três dormitórios e três vagas de garagem. Um deles conta ainda com um jardim privativo de 238 m².

Na opinião do diretor de empreendimentos da Swell Construções, a configuração dos imóveis novos à disposição no local também confere um diferencial à região, assegurando uma característica de nicho, ou seja, a oferta de produtos para atender um grupo de pessoas com necessidades específicas, o que também contribui para a valorização dos imóveis. “Em grande parte, são imóveis chamados de ‘definitivos’, ou seja, que atendem a uma família já consolidada, com três quartos e três vagas de garagem. Essa configuração é bem rara na cidade e o sonho da maior parte das famílias”, explica.

Tomando-se como base o Ucrânia Champagnat Residence, a maior parte dos compradores é formada por casais, com renda familiar média mensal de R$ 25 mil, que adquiriu o imóvel para fins de moradia. Já a faixa etária é ampla: pessoas de 35 a 80 anos. “Tem desde casal jovem, com ou sem filhos, até aqueles com mais idade que gostam das facilidades que o entorno oferece, como fazer tudo a pé ou mesmo pegar um táxi em frente de casa”, descreve Pissetti. Grande parte dos compradores é oriunda do Ecoville, bem como do próprio bairro. Além disso, existem proprietários do interior do Paraná e de Santa Catarina.

O desenvolvimento imobiliário da região chama a atenção do poder público. Uma proposição do vereador Chico do Uberaba (requerimento 044.02417.2014) solicita a revitalização da Praça da Ucrânia à Prefeitura de Curitiba “Se acatada pela administração municipal, o maior ganho dessa ação será para os moradores da região que terão mais conforto e segurança em virtude das benfeitorias em iluminação e equipamentos públicos, além da valorização do seu patrimônio”, opina Pissetti. O requerimento, protocolado em março de 2014, aguarda ação ou manifestação do poder Executivo.

Evolução dos lançamentos verticais no Bigorrilho, em Curitiba


2015 – 2 empreendimentos – 16 unidades
2014 – 0 empreendimentos – 0 unidades
2013 – 1 empreendimentos – 14 unidades
2012 – 8 empreendimentos – 307 unidades
2011 – 5 empreendimentos – 495 unidades

Fonte: Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR)

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